domingo, 12 de outubro de 2014

Pedras

Afinal a pedra só estilhaçou, não partiu!
Que bom!
Com o tempo volta a fechar-se.
Deu para perceber que o interior não era escuro e sombrio.
Deu para ver que o exterior era resistente.
Mais que tudo deu para ver que há por aí muitas outras pedras.
Nenhuma redonda, todas angulares.
Diga-se, delas muito piores do que esta de que falamos.
Afinal não somos assim tão diferentes uns dos outros.
Lidamos com as situações de forma diferentes, isso sim.
Mas todos queremos um charco calmo e pacífico para manter a nossa pedra.

domingo, 21 de setembro de 2014

Drowning.

Estou a afogar-me.
A afogar-me em dúvidas.
Não sei o que fazer.
Deixo ir? aceito?
Não sei, não consigo.
Estou a afundar-me.
A embrenhar-me em águas cada vez mais escuras.
Não encontro ar.
Sinto a mente a desvanecer.
Sinto o corpo a decair.
Vejo  a superfície a afastar-se.
As resteas de vontade evadem-se em forma de bolha.
Deixei de sentir o corpo.
Deixei-me ir.
A escuridão chegou.
Morri.

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Delírios

Que canseira. 
Não devia ser assim.
Não devia viver assim. 
Devia mudar, ser outro. 
Pensar menos no que foi e mais no que vem. 
Sentir-me bem comigo próprio... avançar.
Tal igual uma grande pedra a cair sobre a água, com todos os seus salpicos.
A pedra não se preocupa com as outras pedras, porque hei-de eu preocupar-me?
É apenas água, elas secam. 
Preciso de acordar. 
De respirar.
Respirar? Inspirar como se não respirasse há anos. 
De  me sentir: eu.
Em todo o meu esplendor.
Em toda a minha glória. 
Acordar. 

terça-feira, 9 de setembro de 2014

O outro.

O outro. O outro é aquele que nos faz bem, nos faz feliz, nos faz sentir importantes mesmo quando todo o mundo conspira contra.
Que nos faz perder nos seus encantos. Que é verdadeiro. Que ama incondicionalmente.
É compreensivo, confidente, confiante e confiável.
Não nos deixa à mercê do vento. Não inventa espinhos numa rosa que não os tem.
Não se cala, grita! Grita até o som ecoar para lá das nuvens e de alguma forma nos chamar à terra.
Grita tão alto que faz os outros terem inveja deste outro. Quererem-no.
Quer sempre melhor. Para mim, para ele , para nós.  Não sai de qualquer maneira. Fica. Mantém-se, mesmo quando as coisas se complicam.
O outro existe. Algures.
Confiante de que um dia será encontrado e valorizado.
Crente num futuro melhor.
Impaciente para mudar o presente.
Resta esperar e respirar bem fundo. Pensar positivo.
Há-de vir.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

A Sanidade e a Estupidez com um pouco de Ansiedade

Antes da Estupidez conhecer a Sanidade, o mundo era quase perfeito.
Digo quase, pois nada é perfeito e nunca o será. As falhas existem, são reais...
 O mundo era perfeito pois nenhum estúpido ousava ter Sanidade, já que nem sabia o que isso era.
Os estúpidos eram felizes. Eram felizes com a sua Estupidez.
Um dia a Sanidade e a Estupidez encontraram-se.
Acharam por bem juntar-se (não me perguntem porquê!) , unir-se pensado no bem todos.
Boa ideia? Não sei, digam-me vocês...

As estupidezes continuam a acontecer... mas a verdade é que agora apercebemo-nos que as cometemos.
Da junção delas nasceu a Ansiedade.
A Ansiedade é quase inimiga.
Tal como o álcool, em doses catastróficos, pode levar ao coma.


Estes opostos trouxeram as suas consequências!
Agora, vivemos num mundo onde a consciência do que está mal é quase distensível ao comum dos mortais.

Sou um sonhador, um estúpido, contínuo a viver com a minha estupidez mas a minha Sanidade trouxe  a Ansiedade . Traiçoeira ! Afasta a esperança e traz o medo!

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Ensaio sobre erros - A encenação




Sempre quis ter poderes.
Não, não são aqueles desejos que toda a criança tem e que com o tempo se desvanecem.
Poderes a sério...
Poderes para tornar aquela coisa verde em azul...
Ou aquela coisa azul em verde, não sou possessivo. 

Viro-me a pensar em tudo o que poderia fazer com esses poderes.
Poderes que me atormentam desde jovem, diga-se de passagem.

Louco?
Porquê?



Tantos e tantos anos a ter este desejo  e descubro que nem o mais forte dos poderes
consegue criar laços ou solucionar um problema mal resolvido ou se consegue, não é real com certeza.
 Há o poder sobre os poderes ...
E uma relação só é feita de vontades.
O poder não trás vontades, trás falsas expectativas.
Máscaras efémeras.
Um mundo efémero onde somos atores.
Atores com guias de encenação.
Não somos nós...
Vejo por aí muita gente com guias de encenação nas mãos...
A esses, digo eu que nada tenho com o assunto, caberiam os poderes que tanto me atormentam .
Eu não sou um desses... Não tenho papel, não tenho cenas difinidas...
Vivo e deixo viver...
Entro na encenação dos outros...
Assumo papeis, papeis efémeros.



Louco?
Não...